Influenciador paraibano denunciado em vídeo por Felca é alvo de duas ações no Ministério Público da Paraíba, em João Pessoa e Bayeux, além de uma investigação no Ministério Público do Trabalho.

O influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos preventivamente nesta sexta-feira em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Eles são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por suposta exploração e exposição de crianças e adolescentes em conteúdos para redes sociais.
O caso ganhou grande repercussão após o youtuber Felca publicar, no início do mês, um vídeo denunciando a “adultização” de menores em publicações do influenciador. Desde então, Hytalo passou a ser alvo de medidas judiciais, incluindo bloqueio de redes sociais, desmonetização de vídeos e busca e apreensão em seus endereços.
As prisões foram decretadas pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara da Comarca de Bayeux (PB), que apontou “fortes indícios” de crimes como tráfico de pessoas, exploração sexual, trabalho infantil artístico irregular e constrangimento de menores, além de produção e divulgação de vídeos nas redes. Segundo o magistrado, a detenção busca impedir destruição de provas e intimidação de testemunhas, já que os investigados teriam removido e ocultado materiais, esvaziado imóveis e prejudicado as investigações.
A operação envolveu o MPPB, o MPT, a Polícia Civil da Paraíba, a Polícia Civil de São Paulo e a Polícia Rodoviária Federal.
Medidas judiciais aplicadas
- Bloqueio de redes sociais e desmonetização de conteúdos publicados;
- Proibição de contato com adolescentes citados nas investigações;
- Mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao influenciador, com recolhimento de celulares e computador;
- Pedido conjunto ao governo da Paraíba para suspender empresa de rifas associada a Hytalo, por uso irregular de imagens de menores.
Investigações em andamento
O MPPB conduz duas apurações distintas:
- Bayeux – denúncias de vizinhos de que adolescentes participavam de festas com bebidas alcoólicas e faziam topless;
- João Pessoa – suspeita de esquema para obter emancipação de menores em troca de presentes, como celulares, para familiares.
Em João Pessoa, os adolescentes envolvidos já foram ouvidos para evitar revitimização. Em ambas as investigações, Hytalo negou as acusações.
O MPT também apura o caso, analisando mais de 50 vídeos publicados nas redes sociais do influenciador e colhendo depoimentos de mais de 15 pessoas ligadas à produção dos conteúdos.
Defesa
O advogado Sean Abib afirmou que ainda não teve acesso à decisão judicial e pretende ingressar com pedido de habeas corpus. A defesa sustenta que Hytalo é inocente, sempre colaborou com as autoridades e “jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes”.
FONTE G1