
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou a maior apreensão de ouro da história da corporação: 103 kg do minério, avaliados em mais de R$ 61 milhões, foram encontrados escondidos em compartimentos ocultos de uma caminhonete Hilux, modelo 2024. A abordagem ocorreu no dia 4 de agosto, na ponte dos Macuxis, em Boa Vista (RR).
O motorista era o empresário rondoniense Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, que estava acompanhado da esposa e do filho do casal, um bebê de 9 meses. Durante a fiscalização, os agentes notaram sinais de adulteração no painel do veículo. A caminhonete foi levada ao pátio da PRF, onde foram encontradas 145 barras grandes e 60 pequenas, além de pedras de ouro no porta-objetos.
Ao ser abordado, Bruno demonstrou nervosismo e afirmou ser fiscal de obras, alegando ter saído de Manaus para vistoriar uma construção, mas não soube informar nome ou endereço do local. O veículo está registrado em nome da empresa AJL Construções, do Amazonas.
Na sede da Polícia Federal (PF), o empresário permaneceu em silêncio, acompanhado por dois advogados. Ele foi autuado em flagrante por extração ilegal de minério e usurpação de bens da União, conforme a Lei de Crimes Ambientais.
A Justiça Federal decretou a prisão preventiva de Bruno, com base na gravidade do caso e na possibilidade de envolvimento com organizações criminosas. O juiz federal Victor Oliveira de Queiroz, da 4ª Vara Criminal de Roraima, autorizou ainda a quebra do sigilo telefônico do suspeito para aprofundar as investigações. O ouro também passará por perícia para identificação de origem e destino.



Bruno foi transferido para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), o maior presídio de Roraima. A Secretaria de Justiça confirmou que ele permanecerá sob custódia provisória.
Natural de Rondônia, Bruno possui uma empresa de vestuário registrada em seu nome, localizada no bairro Lagoa, em Porto Velho. Nas redes sociais, leva uma vida discreta. A defesa afirma que ele é réu primário, com bons antecedentes, único provedor da família e que atua no setor mineral, considerado por muitos como meio de sobrevivência diante da ausência de regularização da atividade.
Até o momento, não se sabe a origem nem o destino do ouro, e o caso segue em investigação pela Polícia Federal. A segunda maior apreensão de ouro em Roraima havia sido de 21 kg, em junho de 2024.
FONTE G1