
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira em Roma, na Itália, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023. A decisão da Justiça italiana sobre a possível extradição, soltura ou prisão domiciliar deve sair nas próximas 48 horas.
Zambelli deixou o Brasil em maio, passando pelos Estados Unidos antes de seguir para a Itália, onde tem cidadania. Ela foi incluída na lista de foragidos da Interpol e teve a extradição oficialmente solicitada pelo governo brasileiro.
A prisão ocorreu após o deputado italiano Angelo Bonelli informar às autoridades o paradeiro da parlamentar. Segundo Bonelli, ele recebeu a informação de que Zambelli estava no bairro Aurelio, em Roma, e repassou o endereço à Polícia Nacional. “Duas horas e meia depois, a polícia confirmou que ela estava no local”, afirmou.
A operação contou com cooperação entre a Polícia Federal brasileira e as forças de segurança italianas. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o processo de extradição já está em andamento.
Zambelli foi condenada por orientar o hacker Walter Delgatti Neto – também preso – a invadir o sistema do CNJ e inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Além da pena de prisão, o STF determinou a perda do mandato da deputada, decisão que ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.
Ela também é alvo de dois inquéritos no Supremo: um sobre a disseminação de fake news e outro relacionado às chamadas “milícias digitais”, que investigam possíveis articulações antidemocráticas após as eleições de 2022.
FONTE G1