
Após participar da COP30, no Pará, o biólogo, mestre em Biotecnologia e professor Giliardi Marinho de Almeida – que representou Taguaí e apresentou projetos ambientais durante o evento – concedeu entrevista à Rádio Nova Voz FM na última semana. Ele esteve acompanhado do coordenador do curso de Agronomia da FIT, Zé Guilherme Lança Rodrigues (Zé Loko). No início da conversa, Giliardi agradeceu à Prefeitura e ao prefeito Edinho Fundão pelo suporte oferecido para sua participação na conferência.
Durante a entrevista, ele comentou sobre sua experiência no evento internacional, o crescimento acelerado de Taguaí e os desafios enfrentados pelo município em relação ao abastecimento de água. Segundo o biólogo, o principal projeto apresentado na COP30 foi a proposta de captação de água da Represa de Chavantes para suprir a demanda local. Ele explicou que o Ribeirão Fartura, responsável pelo abastecimento atual, sofre forte redução de biodiversidade e de volume hídrico.
“Hoje a água mal chega na canela. O ribeirão está praticamente seco. Não é apenas falta de chuva; Taguaí é a cidade que mais cresce na região, e isso aumenta o consumo e a pressão sobre o sistema”, afirmou.
Crescimento
Giliardi apresentou dados que mostram a evolução populacional do município. Em 1970, Taguaí tinha pouco mais de 5 mil habitantes; em 2000, o número chegou a 7.468; em 2010, ultrapassou 10 mil; e, no Censo de 2022, atingiu quase 13 mil moradores. Ele destacou que esse crescimento expressivo exige investimentos urgentes em infraestrutura. “Foram anunciadas recentemente mais de 120 novas casas do CDHU. Tudo isso demanda água, esgotamento e estrutura adequada”, reforçou.

Captação de água
O biólogo relatou que, durante a COP30, teve a oportunidade de conversar com Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho Diretor da Febraban e do Conselho de Administração do Bradesco. “Ele é uma liderança nacional que pode ajudar, tem contatos importantes. Apresentei a situação e entreguei o projeto pessoalmente”, disse. Giliardi também participou de um painel do BNDES, onde voltou a apresentar a proposta. “Agora aguardamos os resultados dessas iniciativas”, observou.
Ele acrescentou que a Sabesp, hoje privatizada, está ciente da necessidade de investir em novos sistemas de captação. Giliardi lembrou ainda o apoio do ex-gerente da companhia em Taguaí, Milton, já aposentado, que defendia a implementação do projeto na Represa de Chavantes.
Por fim, destacou que, apesar dos riscos, o município nunca enfrentou desabastecimento graças ao apoio de uma grande propriedade rural – conhecida como fazenda do Sérgio de Barros, hoje pertencente a Júlio Semeghini – localizada próxima ao ribeirão, de onde a Sabesp obteve água em momentos críticos. “Se não fosse isso, o desabastecimento já teria ocorrido”, concluiu.
