TRUMP ELOGIA LULA NA ONU E CONFIRMA ENCONTRO NA PRÓXIMA SEMANA

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Trump discursa na ONU em 23 de setembro de 2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, em discurso na Assembleia Geral da ONU, que se reunirá na próxima semana com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o encontro foi acertado após uma breve conversa nos corredores da sede da ONU, em Nova York, onde os dois discursaram em sequência.

Trump destacou ter tido uma “química excelente” com Lula, a quem chamou de “homem muito agradável”. De forma descontraída, disse que o breve contato, de pouco mais de 30 segundos, foi suficiente para gerar uma boa impressão: “Ele gostou de mim, eu gostei dele. Só faço negócios com pessoas de quem eu gosto”. O governo brasileiro confirmou a reunião, mas não informou se ocorrerá presencialmente ou por telefone.

A aproximação contrasta com a relação tensa entre Brasil e EUA desde julho, quando Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. À época, o republicano justificou a medida em reação ao julgamento e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. A tarifa entrou em vigor em agosto, com exceções para cerca de 700 itens, como combustíveis, aeronaves civis e determinados metais.

Apesar dos elogios a Lula, Trump voltou a criticar o Brasil em seu discurso. Acusou o país de promover “censura, repressão, uso político das instituições, corrupção judicial e perseguição a críticos políticos nos EUA”, e disse que as tarifas seriam uma resposta a essa postura.

Lula, por sua vez, também enviou recados a Trump em sua fala que abriu a Assembleia Geral. O presidente brasileiro citou a condenação de Bolsonaro e afirmou que o Brasil “deu um recado a todos os candidatos a autocratas: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”.

O encontro entre Trump e Lula será o primeiro diálogo direto desde o início da crise comercial. Analistas avaliam que, embora a reunião represente um gesto político relevante, não há garantias de que os atritos entre os dois países sejam superados.

Na ONU, Trump discursou por mais de uma hora, criticou a própria organização, negou novamente o aquecimento global, atacou Rússia e China e defendeu sua política anti-imigração. Arrancou aplausos apenas ao pedir um cessar-fogo em Gaza. Também ironizou as energias renováveis, sugeriu que a China criou o coronavírus e voltou a se colocar como candidato ao Prêmio Nobel da Paz, alegando ter encerrado conflitos internacionais.

Esta é a primeira viagem de Lula aos Estados Unidos desde o retorno de Trump à presidência, em janeiro de 2025.

FONTE G1