1ª vice-presidente do IPAM chama atenção para riscos nas redes sociais e a adultização precoce

O chamado “estupro virtual” tem crescido de forma preocupante, assim como outras formas de violência que circulam nas redes sociais, entre elas a adultização precoce de crianças e adolescentes. O alerta foi feito pela juíza substituta em 2º grau da 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e 1ª vice-presidente do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira.
A magistrada, idealizadora e coordenadora do projeto Eu Tenho Voz – que promove informação e conscientização sobre violência sexual em escolas – abordou o tema em depoimento ao podcast IPAM Talks, destacando que a falta de supervisão dos pais facilita a ação de grupos que aliciam menores pela internet.
Segundo ela, muitos desses contatos acontecem durante a noite, quando crianças e adolescentes utilizam celulares ou computadores sem que os pais percebam. “Esses grupos acolhem o jovem para que se sinta parte de uma ‘panela’. A partir disso, começam pequenas exigências e desafios que evoluem para práticas graves, como mutilar animais, automutilação e, em casos extremos, o estupro virtual, em que a criança é induzida a atos sexuais diante da câmera”, explicou.
A juíza ressaltou que, enquanto os jovens acreditam estar diante de poucas pessoas, transmissões podem alcançar até 100 mil espectadores. “Trata-se de uma rede complexa, que envolve consumidores de pornografia infantil, pedófilos e outros criminosos, enquanto os pais dormem acreditando que os filhos também descansam em seus quartos”, alertou.
Sobre o IPAM
O Instituto Paulista de Magistrados é uma entidade civil sem fins lucrativos, fundada em 8 de dezembro de 1999, em São Paulo. Tem como missão valorizar e aprimorar a Magistratura e o Poder Judiciário, além de fortalecer instituições democráticas.
Entre suas atividades estão a realização de palestras, seminários, congressos, cursos e pesquisas; a publicação de livros e revistas; e a promoção de projetos sociais. O Instituto reúne mais de 500 associados, entre titulares, colaboradores e honorários, e mantém parcerias voltadas ao desenvolvimento cultural, científico e social.
O IPAM também concede bolsas de estudo, organiza concursos e premiações, mantém biblioteca especializada e promove iniciativas que aproximam diferentes carreiras jurídicas, sempre com foco na defesa da dignidade da pessoa humana, do pluralismo e do respeito às diferenças.
Ana Purchio | Convergência Comunicação Estratégica