Uma nova técnica que utiliza inteligência artificial para processar ultrassons tradicionais tem possibilitado que pais e mães conheçam, ainda durante a gestação, como será o rosto do bebê. Chamado de ultrassom 8D, o método não representa um avanço médico em termos de diagnóstico, mas vem ganhando popularidade por proporcionar imagens realistas e fortalecer o vínculo emocional das famílias.
A curiosidade sobre a aparência do bebê é comum durante a gravidez. Foi para atender a esse desejo que a tecnologia surgiu, transformando imagens de exames 3D ou 4D em retratos ultrarrealistas. O obstetra Alan Hatanaka, um dos pioneiros na prática, explica que sua afinidade com informática o levou a adaptar softwares de IA para gerar as imagens. “Fui fazendo testes até conseguir transformar os bebês em uma realidade maior”, relata.
O uso de imagens durante a gestação evoluiu ao longo das décadas. Nos anos 1970, a ultrassonografia 2D popularizou a visualização do feto em imagens planas. Mais tarde, os exames em 3D e 4D trouxeram maior definição e movimento, permitindo ver expressões e gestos, como piscar ou engolir o líquido amniótico. Agora, com o auxílio da inteligência artificial, o ultrassom 8D amplia essa experiência ao criar representações visuais ainda mais fiéis.
Especialistas reforçam, no entanto, que a novidade não é uma tecnologia de diagnóstico. “Não se trata de algo novo em termos médicos, mas do uso da inteligência artificial para reinterpretar informações já presentes nas imagens”, explica o médico Marcos Menezes, que compara a técnica a aplicativos que inserem fotos em diferentes cenários. O objetivo principal, segundo ele, é promover a conexão emocional da família.
Por essa razão, o serviço é considerado complementar. “É um carinho a mais. Eu nem vendo esse serviço, apenas entrego a imagem como um presente às pacientes”, comenta o doutor Alan.
As reações costumam ser marcadas pela emoção. Amanda, ao ver a primeira imagem de sua filha Ester, exclamou: “Mãe, ela é linda!”. A médica Giovanna, grávida de Gabi, também se surpreendeu: “Olha o narizinho, é igual ao meu”. A semelhança com o bebê após o nascimento tem impressionado muitas famílias. Em um teste realizado com um ultrassom de gêmeos feito há 18 anos, as imagens se mostraram extremamente fiéis ao rosto real das crianças.
Casos recentes reforçam essa precisão. Suelen, mãe de Benício, relatou a emoção de reconhecer no recém-nascido os mesmos traços que já havia visto no ultrassom: “O narizinho, a boquinha, o queixinho, a bochecha… tudo igual. Foi emocionante, valeu muito a pena”.
A técnica também conquistou celebridades. Artistas como MC Guimê e Ludmilla já compartilharam nas redes sociais as imagens dos filhos ainda na barriga, ampliando a popularidade de um recurso que une tecnologia, emoção e expectativa pela chegada de um novo membro da família.
FONTE G1
