Ação do MP mira esquema de fraudes em créditos tributários que teria movimentado R$ 1 bilhão; dinheiro vivo e esmeraldas foram apreendidos.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) prendeu, nesta terça-feira, seis pessoas acusadas de envolvimento em um esquema de fraudes em créditos tributários da Secretaria de Estado da Fazenda, que teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.
Entre os detidos estão Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop, e os auditores fiscais Artur Gomes da Silva Neto – apontado como líder do esquema – e Marcelo de Almeida Gouveia.
Segundo as investigações, Artur utilizava o cargo para manipular processos administrativos e facilitar o ressarcimento irregular de créditos de ICMS a empresas, liberando valores acima do devido e em prazos reduzidos, em troca de pagamentos mensais de propina. Parte do dinheiro era lavado por um comparsa, na casa de quem, em Alphaville, foram apreendidos R$ 1 milhão, US$ 10 mil (cerca de R$ 54,2 mil), 600 euros e duas esmeraldas. O suspeito, já processado por estelionato no Mato Grosso do Sul, teve a prisão decretada junto com a esposa, mas ambos seguem foragidos.
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em residências e sedes das empresas investigadas. A operação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), é fruto de meses de investigação com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.
Em nota, a Secretaria da Fazenda informou ter instaurado processo administrativo para apurar a conduta do servidor e solicitou ao MP o compartilhamento de informações. A Fast Shop declarou colaborar com as autoridades e a Ultrafarma não se manifestou até o fechamento desta edição.
Os investigados podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

FONTE G1