PICADA DE ARMADEIRA ASSUSTA FAMÍLIA

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Vinicius ficou com a mão inchada após ter sido picado por aranha armadeira em Itapetininga (SP) — Foto: Arquivo pessoal/Thauani Cristina

Um homem de 30 anos foi internado após ser picado por uma aranha escondida no sapato do filho, na última quinta-feira (9), em Itapetininga. Vinicius Amon Natanael Delgado precisou receber morfina para aliviar a dor e permaneceu um dia no hospital devido ao risco de necrose.

Segundo a esposa, Thauani Cristina, ele foi atingido ao colocar a mão dentro do calçado. “Ele ficou pálido, sentiu a mão formigar e uma dor insuportável”, relatou.

Assustados, o casal matou a aranha e foram ao Hospital Doutor Léo Orsi Bernardes, levando o animal que foi identificado como uma armadeira. “Agora qualquer coisa me assusta. Tenho medo de entrar em casa. Ele está traumatizado, ficou muito abalado e disse que a dor era insuportável. Começou a passar mal na hora”, contou a esposa.

Ela também relatou que Vinícius teve inchaço na mão e no rosto devido ao veneno, mas recebeu alta na sexta-feira (10) e continua o tratamento em casa. Segundo ela, não foi a primeira vez que a família teve contato com animais peçonhentos. Morando perto de uma área de mata, já encontraram escorpiões e outras aranhas. As ocorrências foram denunciadas à Zoonoses de Itapetininga, mas, de acordo com Thauani, as providências demoraram a ser tomadas.

Em nota, a Prefeitura informou que os donos de terrenos particulares com entulho acumulado — possíveis focos de animais peçonhentos — já foram notificados para realizar a limpeza. Ainda segundo a administração, o hospital notificou o Departamento de Vigilância Epidemiológica e o Setor de Controle de Zoonoses já agendou uma visita à residência da família.

Homem é atacado por aranha armadeira em Itapetininga (SP) — Foto: Arquivo pessoal/Thauani Cristina Olenki Queiroz

Cuidados e orientações

O biólogo Thiago Luiz Parra de Godoi, de Cerqueira César, explicou que aranhas armadeiras são comuns no Brasil, agressivas e frequentemente encontradas em áreas urbanas com acúmulo de entulho ou material orgânico — locais onde suas presas se abrigam.

Ele alertou que essa espécie possui peçonha e pode causar a morte de animais, crianças, idosos ou pessoas com a saúde fragilizada. “No inverno, elas podem procurar lugar quente e úmido. Por isso, precisa ter cuidado com sapato, roupa ou aqueles vasos parados em casa. O índice de acidente com armadeiras, em geral, é de mais de 60%”, explicou. Como não há tratamento caseiro eficaz, a orientação é procurar atendimento médico imediato.

Godoi recomenda tirar uma foto da aranha para identificação da espécie, sem a necessidade de levá-la ao hospital. O animal não deve ser manuseado — o ideal é tentar afugentá-lo ou isolá-lo. Caso não seja possível, a Defesa Civil ou o Corpo de Bombeiros deve ser acionado. Para prevenir a presença desses animais, a principal orientação é manter o ambiente limpo e sem entulho, evitando atrair suas presas.

FONTE G1 ITAPETININGA E REGIÃO