BARBAS TÊM MAIS MICRÓBIOS QUE PRIVADAS? O QUE DIZ A CIÊNCIA

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Se for mantida sem higiene adequada, a barba humana pode ser fonte de calor, umidade e acumular resíduos de alimentos, formando um ambiente perfeito para o desenvolvimento de micróbios. Ela pode representar um risco para a saúde das outras pessoas?

Por: BBC NEWS

Pesquisas demonstram que a barba em particular sustenta uma densa e diversificada população de micróbios – Foto Getty Images

Às vezes, as barbas são consideradas elegantes. Às vezes, insalubres. Mas até que ponto elas realmente ficam sujas?

A pele humana abriga bilhões de micro-organismos – principalmente bactérias, mas também fungos e vírus. E os pelos do rosto oferecem um ambiente único para sua reprodução.

Pesquisas demonstram que a barba em particular sustenta uma densa e diversificada população de micróbios. Este fato alimenta a crença insistente de que ela seria inerentemente não higiênica.

O jornal americano The Washington Post noticiou recentemente que existem vasos sanitários com menos germes do que a média da barba humana.

Mas seria a barba realmente um risco à higiene? Uma análise mais detalhada das evidências disponíveis revela um quadro mais complexo.

A população de micróbios na pele varia de um local para o outro. Ela é influenciada por fatores como a temperatura, pH, umidade e disponibilidade de nutrientes.

A barba cria um ambiente quente e, muitas vezes, úmido, onde pode haver acúmulo de gordura e restos de alimentos. São condições ideais para o crescimento dos micróbios.

Esses micróbios se proliferam não apenas devido às condições quentes e úmidas oferecidas pela barba, mas também graças à constante exposição a novos micróbios e contaminantes – especialmente das mãos, que tocam frequentemente as superfícies e o rosto.

A preocupação dos cientistas com a higiene da barba remonta a mais de 50 anos atrás.

Estudos iniciais demonstraram que os pelos do rosto podem reter bactérias e toxinas bacterianas, mesmo após a lavagem. Isso gerou a sólida noção de que a barba age como reservatório bacteriano e poderia representar risco de infecção para outras pessoas.

No caso dos profissionais de assistência médica, esta ideia transformou a barba em ponto de controvérsia – especialmente no ambiente hospitalar, onde a transmissão de patógenos é uma fonte de preocupação. Mas as pesquisas realizadas nos hospitais demonstraram resultados controversos.

Um estudo concluiu que os profissionais de saúde que usam barba apresentam maior incidência de bactérias no rosto, em relação a seus colegas com barba raspada.

Uma das pesquisas, por exemplo, não encontrou diferenças significativas entre a quantidade de bactérias em profissionais de saúde barbudos e sem barba.

Às vezes, a barba pode transmitir infecções da pele – como impetigo, uma irritação contagiosa, comum nos pelos do rosto e frequentemente causada por S. aureus. Em casos raros, parasitas como o piolho-da-púbis (que vive normalmente na região da virilha) também podem aparecer na barba, sobrancelhas ou cílios, particularmente em casos de má higiene ou contato próximo com pessoas infectadas.

Especialistas recomendam lavar a barba e o rosto todos os dias – Foto Getty Images

Barbas maltratadas podem sofrer irritações, inflamações e infecções.

A pele embaixo da barba é rica em vasos sanguíneos, terminações nervosas e células imunológicas. Ela possui alta sensibilidade a fatores de estresse ambientais e microbianos.

Fonte: G1