Termômetro da relação, 34 músculos envolvidos e milhões de bactérias trocadas: veja o que a ciência diz sobre o beijo na boca
Beijar na boca é prática milenar de demonstração de amor e desejo sexual. Por sua história na humanidade, o beijar vem sendo alvo de pesquisas pela ciência.
Por Poliana Casemiro, g1

Foto: Marlon Alves – Pexels
Beijar na boca é bom – e nisso a humanidade toda está de acordo. No entanto, mais do que uma demonstração de amor e desejo sexual, o beijo pode ser revelador, segundo a ciência.
O ato de beijar provoca um turbilhão de hormônios e pode ativar mais de 30 músculos, além de promover a troca de milhões de bactérias pela saliva.
O que pesquisadores que estudam relacionamentos destacam é que ele tem ainda outro propósito: o beijo serve como um termômetro da relação e a falta dele pode ser um sinal de que algo não vai bem. Inclusive, o de que o amor acabou.
A primeira menção ao beijo na boca como demonstração de desejo, com conotação sexual, é de 2.500 a.C. na antiga Mesopotâmia, onde ficam hoje o Iraque e a Síria. A descoberta foi publicada na revista Science — uma das mais renomadas no meio científico.
Os registros foram encontrados em textos mitológicos sobre deuses. Um deles, descrito no chamado Cilindro de Barton, um artefato de argila da Mesopotâmia com inscrições cuneiformes, conta uma história de envolvimento sexual entre duas divindades, que é selada com um beijo:
Palpitação, suor, coração disparado. Essa não é uma descrição romantizada do beijo, mas comprovada cientificamente.
Isso porque, quando duas pessoas se beijam, há uma reação química no corpo que leva a essas sensações. O gesto causa uma “festa” de hormônios no corpo:
- A serotonina, que é o hormônio do prazer, fica alta por causa do toque, do cheiro e da sensação gustativa pelo envolvimento dos lábios e da língua.
- O cortisol fica mais baixo, o que ajuda a aliviar o stress.
- A ocitocina, que é o hormônio do amor, também é liberada e ajuda na criação do vínculo entre quem se beija.
- Além de todos esses, há também a adrenalina, que fica alta, e é responsável pelo aumento da frequência cardíaca.
Essa reação química é o que causa o aumento do batimento cardíaco, que, por consequência, torna a respiração profunda e também dilata as pupilas. Ou seja, a sensação de “êxtase” é consequência da mistura de hormônios que são liberados no corpo quando se beija.

O ato de beijar pode movimentar até 34 músculos. A palavra é “até”porque tudo depende do “match”, que muda a intensidade do beijo.
Fonte: G1