Os seis integrantes foram resgatados e trazidos de volta ao munícipio de Piraju.
Os seis integrantes da mesma família que foram resgatados pela Policia Civil em condições semelhantes a de escravidão em uma fazenda, no munícipio paulista de Buri, partiram de Piraju na última sexta-feira, dia 10 de março, dentro de um caminhão baú, em busca de emprego combinado pela internet, de acordo com a mãe de dois deles e vó das três crianças. A avó procurou a imprensa devido ao tempo que ficou sem contato e notícias de seus familiares. Na ocasião ela os deu como desaparecidos e disse ter estranhado algumas situações, dentre elas, a maneira com que foram transportados. O caso repercutiu e desde então, passando a ser acompanhado por veículos de imprensa da região de Piraju e Buri.
Na última segunda-feira, dia 13 de março, a avó das crianças informou que havia recebido informações de que os filhos estavam bem e que havia conversado com a filha, que confirmou a falta de rede de telefonia na propriedade. A mesma afirmou que realmente na fazenda onde eles se encontram não tem disponibilidade de rede de celular, a qual precisam ir para um local distante para conseguir realizar chamadas. Durante a manhã da última quarta-feira, dia 15 de março, a mãe procurou a Imprensa da região de Buri e Piraju, relatando que também procurou a Polícia de Buri e atualizou a situação dos filhos, genro e netos. A pedido dela, por questão de segurança, o caso só foi divulgado após a conclusão do trabalho de investigação da Polícia Civil.
Segundo a avó das crianças, “na verdade até as notícias que a gente tinha né, que chegaram bem e tudo. Só que, os meus meninos estão sendo mantidos praticamente em cárcere privado. A mulher buscou eles, fizeram um acordo deles pagar a viagem mensal e uma compra no valor de quinhentos reais que ela tinha feito, então dava mais ou menos mil e quinhentos reais de despesa que eles iriam descontar. Aí quando foi ontem o capataz dela foi pra cima da minha família lá, do meu genro com faca em punho e disse que ninguém saia da fazenda e ninguém entrava até eles pagarem os três mil reais. Já estão quase sem comida e a mulher alegou que iria tirar a água”, relatou.
Na propriedade.
Ao adentrarem na casa onde a família estava alojada, os policiais notaram que as condições eram precárias. Na residência não haviam móveis, exceto uma televisão. O fogão era de lenha. A Polícia identificou ainda que não haviam camas e que a família dormia em colhões espalhados pelo chão. Além deles, outros moradores da região, que segundo a Polícia vivem em condições semelhantes, confirmaram a versão da família. Por conta da situação, a Perícia foi solicitada e os demais conduzidos para serem ouvidos na Delegacia de Polícia de Buri.
Final feliz.
A família que estava sendo submetida a trabalho escravo em Buri e retornou na sexta-feira, dia 17 de março, ao município de Piraju, uma semana após o embarque dos três adultos e três crianças dentro de um caminhão baú. Os membros da família de Piraju que estava vivendo em condições análogas à escravidão em Buri concederam entrevista à imprensa para relatar como era a vida na fazenda. Marcelo Tay e Fernando Cezar da Cunha Júnior falaram sobre o caso.
Conforme relatos, os seis integrantes da família, sendo três adultos e três crianças, deixaram o município na semana passada para morar e trabalhar em uma fazenda. Eles foram levados dentro do baú de um caminhão fretado pela dona da fazenda e, chegando ao local, os adultos se depararam com uma situação completamente diferente daquela que tinha sido combinada antes da viagem.
Na entrevista, Marcelo relata que sofreu até ameaça de morte, por parte de um capataz da fazenda. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso. A família foi abrigada em um hotel na cidade de Buri. Os integrantes voltaram para Piraju com um veículo cedido pela prefeitura municipal de Buri.