Na tarde desta sexta-feira (9), um grave acidente aéreo ocorreu em Vinhedo, interior de São Paulo, quando um avião turboélice ATR-72, da Voepass Linhas Aéreas, caiu em um condomínio no bairro Capela. A aeronave transportava 62 pessoas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. Infelizmente, não houve sobreviventes. A tragédia é o maior acidente aéreo no Brasil desde o desastre da TAM em 2007, no Aeroporto de Congonhas, que resultou em 199 mortes.
O voo 2283, que partiu de Cascavel (PR) às 11h58 com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), teve um início de viagem sem intercorrências. A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20. No entanto, às 13h21, a aeronave parou de responder às chamadas da torre de controle de São Paulo. O último contato radar foi registrado às 13h22, sem qualquer comunicação de emergência por parte da tripulação ou relato de condições meteorológicas adversas.
O impacto da queda ocorreu em um condomínio residencial no bairro Capela, próximo à rua João Edueta, nas imediações da rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324). O secretário de Segurança de Vinhedo, Osmir Cruz, relatou que a aeronave caiu nas proximidades de uma residência ocupada, mas, por sorte, não houve feridos em solo. Equipes de resgate foram imediatamente enviadas ao local, incluindo a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. Apesar dos esforços, todas as pessoas a bordo foram confirmadas como vítimas fatais.
A Voepass Linhas Aéreas, anteriormente conhecida como Passaredo, emitiu um comunicado no final da tarde de sexta-feira lamentando profundamente o ocorrido e divulgando a lista preliminar das vítimas. A empresa afirmou que a aeronave estava em condições operacionais adequadas, com todas as certificações e manutenções em dia. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) corroborou essa informação, declarando que tanto a aeronave quanto a tripulação estavam em conformidade com as regulamentações vigentes. “O voo contava com quatro tripulantes a bordo no momento do acidente e todos estavam devidamente licenciados e com as habilitações válidas”, afirmou a Anac em nota.
A FAB informou que as caixas-pretas da aeronave foram localizadas ainda no início da noite de sexta-feira. Esses equipamentos, essenciais para entender o que aconteceu nos momentos finais do voo, serão enviados para Brasília, onde serão analisados pelos especialistas do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão responsável pela investigação do acidente. Em coletiva de imprensa, representantes do Cenipa ressaltaram que é prematuro apontar as causas do acidente, e uma análise mais detalhada será conduzida para determinar o que levou à queda da aeronave.
O governo do estado de São Paulo também se mobilizou diante da tragédia. O governador Tarcísio de Freitas, que estava em Vitória (ES) em compromissos oficiais, retornou imediatamente ao estado para acompanhar os trabalhos das equipes de resgate e investigação em Vinhedo. “A Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC), a Polícia Civil e Militar estão mobilizadas no resgate das vítimas. Equipes do Instituto Médico Legal (IML) e os responsáveis pelo recolhimento de corpos também foram encaminhadas para reforço nos trabalhos”, informou o governo de São Paulo em nota oficial.
Além das autoridades locais, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar o acidente. Um ‘gabinete de crise’ foi montado no local da tragédia, com o objetivo de coordenar as operações de resgate e investigação. O Ministério de Portos e Aeroportos também emitiu uma nota oficial, lamentando profundamente o acidente e manifestando solidariedade às famílias das vítimas. O ministério ressaltou que está acompanhando de perto as investigações e o atendimento prestado pela Voepass às famílias.
O acidente também trouxe à tona discussões sobre a segurança aérea no Brasil. O modelo ATR-72, envolvido no acidente, é amplamente utilizado por companhias aéreas regionais, conhecido por sua eficiência em voos de curta distância. No entanto, como qualquer aeronave, sua segurança depende de uma série de fatores, incluindo manutenção adequada, condições meteorológicas e, claro, a atuação da tripulação. Especialistas em aviação estão cautelosos em fazer qualquer julgamento precipitado sobre as causas do acidente até que uma análise detalhada seja concluída.
A tragédia em Vinhedo marca um momento de dor e reflexão para o Brasil. Não apenas por ser o maior acidente aéreo desde 2007, mas também pela necessidade de se examinar com rigor as operações de aviação regional no país. Em momentos como este, a prioridade é prestar apoio às famílias das vítimas, garantir uma investigação transparente e detalhada, e aprender com o ocorrido para evitar que tragédias semelhantes se repitam no futuro.
Enquanto as investigações preliminares continuam, a Voepass Linhas Aéreas informou que acionou todos os recursos disponíveis para apoiar os familiares das vítimas e fornecer informações atualizadas. A empresa disponibilizou um número de telefone para os familiares buscarem informações e pediu que todos os seus colaboradores se unam em solidariedade aos afetados por esta tragédia.
O aeroporto de Cascavel, de onde partiu o voo 2283, também emitiu uma nota informando que está em contato direto com a Voepass e as autoridades para fornecer o suporte necessário às famílias das vítimas. “Uma operação padrão de emergência regida pela equipe do Aeroporto está em curso para entrar em contato com as famílias de possíveis vítimas”, declarou a gestão do aeroporto.
Com as investigações em andamento e as famílias enlutadas buscando respostas, o Brasil acompanha atentamente os desdobramentos dessa tragédia que abalou o país. A recuperação das caixas-pretas e a análise minuciosa dos dados serão cruciais para entender o que levou à queda do avião e, mais importante, para prevenir que algo semelhante aconteça novamente. Até lá, a nação se une em luto e solidariedade aos que perderam entes queridos nesta fatídica sexta-feira.
Nota FAB
A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), foi acionada para atuar na ocorrência da queda da aeronave da Passaredo, de matrícula PTB 2283, registrada na tarde desta sexta-feira (09/08), em Vinhedo (SP).
Investigadores do CENIPA e do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro, localizados em São Paulo, já estão a caminho para realizar a Ação Inicial da ocorrência.
Nota companhia aérea
A VOEPASS Linhas Aéreas informa a ocorrência de um acidente envolvendo o voo 2283- avião PS – VPB, nesta terça-feira, dia 09 de agosto, na região de Vinhedo/SP. A aeronave decolou de Cascavel/PR com destino ao Aeroporto de Guarulhos, com 57 passageiros e 4 tripulantes a bordo.
A VOEPASS acionou todos os meios para apoiar os envolvidos. Não há ainda confirmação de como ocorreu o acidente e nem da situação atual das pessoas que estavam a bordo.
A Companhia está prestando, pelo telefone 0800 9419712, disponível 24h, informações a todos os seus passageiros, familiares e colaboradores.
A VOEPASS Linhas Aéreas informa que a aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou de CAC sem nenhuma restrição operacional, com todos os seus sistemas aptos para a realização do voo.
Nota aeroporto de Cascavel
A gestão do Aeroporto Regional de Cascavel informa que aguarda informações da companhia aérea Passaredo que, no momento, é o único órgão que detém informações oficiais.
Uma operação padrão de emergência regida pela equipe do Aeroporto está em curso para entrar em contato com as famílias de possíveis vítimas.
A aeronave que saiu do Aeroporto Regional de Cascavel com destino a Guarulhos, caiu cidade de Vinhedo, São Paulo, na tarde desta sexta-feira (9).
Nota Ministério Portos e Aeroportos
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) lamenta profundamente o acidente envolvendo a aeronave com passageiros, ocorrida em Vinhedo-SP, no início da tarde desta sexta-feira (9), e manifesta solidariedade aos familiares e amigos das vítimas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está acompanhando a prestação do atendimento aos familiares pela empresa aérea, bem como adota as providências necessárias para averiguação da situação regulamentar da aeronave e dos tripulantes, no âmbito de suas atribuições.
O Governo Federal acompanha ainda os desdobramentos das investigações oficiais sob competência do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Veja nomes das vítimas:
Adriana Santos
Adriano Da Luca Bueno
Adrielle Costa
Alipio Santos Neto
Ana Caroline Redivo
Andre Michel
Antonio Deoclides Zini Junior
Arianne Risso
Constantino Thé Maia
Daniela Schulz Fodra
Denilda Acordi
Deonir Secco
Diogo Avila
Edilson Hobold
Eliane Andrade Freire
Gracinda Marina Castelo Da Silva
Hadassa Maria Da Silva
Hiales Carpine Fodra
Isabella Santana Pozzuoli
Jose Cloves Arruda
Jose Roberto Leonel Ferreira
Jose Carlos Copetti
Josgleidys Gonzalez
Joslan Perez
Kharine Gavlik Pessoa Zini
Laiana Vasatta
Leonardo Henrique da Silva
Liz Ibba Dos Santos
Lucas Felipe Costa Camargo
Luciani Cavalcanti
Luciano Trindade Alves
Maria Auxiliadora Vaz De Arruda
Maria Parra
Maria Valdete Bartnik
Mariana Belim
Mauro Bedin
Mauro Sguarizi
Miguel Arcanjo Rodrigues Junior
Nelvio Jose Hubner
Paulo Alves
Pedro Gusson Do Nascimento
Rafael Alves
Rafael Fernando Dos Santos
Raphael Bohne
Raquel Ribeiro Moreira
Regi Claudio Freitas
Renato Bartnik
Renato Lima
Ronaldo Cavaliere
Rosana Santos Xavier
Rosangela Maria De Oliveira
Rosangela Souza
Sarah Sella Langer
Silvia Cristina Osaki
Simone Mirian Rizental
Thiago Almeida Paula
Tiago Azevedo
Wlisses Oliveira
Lista de tripulantes
Débora Sóper Ávila
Rubia Silva Alme de Lima
Humberto de Campos Alencar e Silva
Danilo Santos Romano (piloto)
Luiz Rogério Alvarenga
MTB. 94.527/ SP