No coração de cada mãe reside uma força incomparável, uma força capaz de superar os desafios mais árduos e de enfrentar qualquer preconceito com um amor inabalável. Em Fartura, esse amor materno tem sido não apenas uma fonte de inspiração, mas também uma ferramenta vital na luta para promover maior conscientização.
O amor inabalável de uma mãe
Para muitas mães, como Lee Martins, o amor por seus filhos transcende todas as barreiras. Mesmo com todas as exigências e percalços, elas vestem a camisa da luta e acompanham seus filhos em cada passo do caminho. Seja em apresentações do coral da APAE ou na fanfarra, como no caso de Lee, o apoio incondicional dessas mães é um farol de esperança e aceitação. Ela também nos contou que um episódio marcante foi quando outra mãe fez um comentário discriminatório perto dela e do filho, mas ela confrontou a situação, defendendo seu filho e educando sobre respeito e inclusão. Ela percebe a importância vital de promover a aceitação não apenas na sociedade, mas também dentro do núcleo familiar. “Muitas ainda têm vergonha de dizer que o filho é especial”, lamenta. Seu desejo é que todas as mães encontrem a força para abraçar a singularidade de seus filhos, para que juntas possam construir uma sociedade mais inclusiva e compassiva.
Enfrentando o preconceito de frente
Em uma sociedade onde o preconceito de classe ainda persiste, mães como Amanda Marçal, enfrentam situações desafiadoras diariamente. Um episódio marcante foi quando seu filho foi alvo de comentários discriminatórios por conta da sua classe social. Com coragem e determinação, ela não apenas defendeu seu filho, mas também educou sobre consciência de classe. Sua mensagem, enfatiza a importância dos valores de respeito e dignidade, independentemente de status social, e lamenta a falta de responsabilidade dos pais na educação de seus filhos. Ao final, ela expressa orgulho no caráter de seu filho, que optou por não retaliar, e encoraja outras mães a tomarem medidas semelhantes para proteger seus filhos do bullying.
A influência do amor materno na sociedade
Outra mãe que faz ecoar a importância do amor materno na luta contra o preconceito, em especial no âmbito da invisibilidade transgênero, Patt Braga como uma mãe amorosa e comprometida, traz à luz a importância vital do amor materno no enfrentamento do preconceito que aflige a comunidade transgênero. Mãe de um homem trans, Patrícia mostra como o apoio familiar é fundamental para essa comunidade em todas as fases da vida: “oferecer um ambiente seguro e de apoio, é o mínimo que podemos fazer, algo que não é comum a todos da comunidade LGBTQIAPN+, que nos faz refletir da perspectiva dos direitos, evidenciando que nossa sociedade deixa muito a desejar na efetivação dos direitos a população trans. O apoio das mães é base forte em meio às dores do mundo, a nossa luta é que o mundo se torne tão acolhedor quanto a própria casa” destaca.
Como assistente social, ela enfrenta diariamente os desafios da discriminação e falta de recursos, especialmente no que diz respeito ao atendimento à saúde mental, o que é crucial para as pessoas trans tanto quanto para toda a sociedade. Busca hoje dar ouvidos e voz às famílias de pessoas LGBTQIAPN+ e se dedica a orientá-los sobre a importância da atenção dentro de casa. Sua mensagem ressoa profundamente: “Temos que ensinar nossos filhos a se colocar no lugar do outro, com empatia para respeitar a diversidade e a lutar para a erradicação de todas as formas de preconceito.”
Mensagens de todas as mães da APAE
Em celebração ao Dia das Mães, as mães da APAE de Fartura deixaram uma mensagem poderosa. Elas destacaram em uma conversa franca, que a importância de compreender e respeitar o direito de todas as crianças, independentemente de suas diferenças, depende primeiro de um movimento interno, a força de vontade. Essas mães exemplares nos lembram que devemos ensinar nossos filhos a valorizar nossas diferenças, porque é onde reside nossos potenciais de crescimento.
Estiveram Presentes: Elizete Aparecida, Laís de Oliveira Dognani, Fátima Macedo, Maiara de Oliveira, Tatiane Ribeiro, Marlene Lopes, Marcela Machado.
Neste Dia das Mães, honramos não apenas o amor inabalável das mães de Fartura, mas também sua coragem e determinação em enfrentar o preconceito com dignidade e compaixão. Que essas histórias inspirem a todos nós a sermos agentes de mudança em nosso núcleo familiar e social, promovendo um mundo mais inclusivo e acolhedor para todos.
Por: Marília Silva
Jornalista e Ativista
DRT: 0096209/SP