Jornal Sudoeste Paulista

Violência doméstica em Fartura: Um retrato da realidade feminina na cidade

Coordenadoria dos Direitos da Mulher envia dados estatísticos sobre violência de gênero

Nos últimos meses, a Coordenadoria Municipal dos Direitos da Mulher em Fartura tem sido palco de uma série de relatos preocupantes que expõem a persistência da violência de gênero na cidade. De acordo com os registros formais, a maioria dos casos atendidos está relacionada a diferentes formas de violência doméstica, conforme previstas pela Lei Maria da Penha.

Dos atendimentos documentados, apenas uma pequena parcela não está relacionada à violência, abrangendo demandas diversas, desde orientações sobre saúde até questões administrativas e judiciais. No entanto, a maioria dos registros aponta para casos de violência física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral, refletindo uma realidade triste e alarmante para uma cidade com cerca de 16.500 habitantes.

Os números são claros: houve 28 relatos de violência física, 35 de violência moral, 25 de violência patrimonial, 25 de violência sexual e 35 de violência psicológica. Além disso, foram registradas três tentativas de feminicídio e cinco casos de descumprimento de medidas protetivas, evidenciando a gravidade dessas situações.

O mais preocupante é que, em muitos casos, os diferentes tipos de violência ocorrem de forma simultânea, com algumas vítimas enfrentando múltiplas formas de agressão. Mesmo assim, algumas mulheres chegam ao atendimento já informadas e até mesmo com medidas protetivas concedidas anteriormente.

É importante ressaltar que, apesar dos quase 100 casos registrados, esse número representa apenas as mulheres que buscaram ajuda ou tomaram medidas legais. Muitas outras vítimas permanecem em silêncio, seja por medo, vergonha ou outros motivos, o que dificulta ainda mais o combate a essa realidade preocupante.

Além dos casos de violência, a Pasta também recebe demandas informais relacionadas a direitos das mulheres, incluindo questões como gestação, lactação, planejamento familiar e cuidados com a sexualidade, especialmente entre os jovens e idosos. Também são abordados temas como contribuição previdenciária, regulamentação judicial de guarda e visitação, divórcio e partilha de bens.

A Coordenadoria Municipal dos Direitos da Mulher, localizada no prédio do CRAS José Ubirajara Teixeira, está aberta para atendimentos presenciais de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h. Para agendamentos e mais informações, os interessados podem entrar em contato pelo telefone/WhatsApp (14) 99730-1282.

Diante desse panorama preocupante, é crucial que os munícipes se unam no combate à violência de gênero, garantindo apoio e recursos necessários para proteger e empoderar as mulheres de Fartura.