Jornal Sudoeste Paulista

22 dias sem a filha: Mãe de Beatriz revela drama de abuso emocional e preocupação

História de luta por guarda e bem-estar infantil choca Sarutaiá

 

O Jornal Sudoeste Paulista teve a oportunidade de realizar uma entrevista exclusiva com Tatiane Aparecida Leda Lopes, mãe de Beatriz, que está vivendo um pesadelo desde o dia 11 de outubro de 2023. Ela revelou detalhes angustiantes sobre sua atual situação, compartilhando suas preocupações com o bem-estar de sua filha e fazendo sérias alegações de abuso emocional por parte do pai, Leonardo.

 

Tatiane, emocionalmente abalada e claramente preocupada com sua filha, descreveu a dor que tem sentido durante a ausência de Beatriz. Ela revelou que, desde que a criança foi levada para a casa de seu pai, a comunicação entre mãe e filha tem sido praticamente inexistente. Tatiane afirmou que a última vez que conseguiu falar com Beatriz foi após a divulgação de matérias em veículos de comunicação locais que levaram o Conselho Tutelar a intervir na situação. Ela disse: “Ele não responde às minhas mensagens no WhatsApp, nem atende minhas ligações, não me retorna para dar informações sobre a nossa filha.”

 

Tatiane expressou sua preocupação com o fato de que Beatriz foi matriculada em uma escola particular de Bertioga, sem a transferência adequada e sem o seu consentimento. Segundo o termo de guarda compartilhada, a moradia de Beatriz deveria ser com Tatiane, e a escola da criança deveria estar na sua cidade. Tatiane contatou a escola, Colégio Órama, e confirmou que sua filha está matriculada lá, sem a devida documentação de transferência. Tatiane disse que a diretora da escola a advertiu que a matrícula não poderia ficar em aberto por muito tempo, sem a documentação exigida, mas que não conseguiu obter informações mais esclarecedoras do pai sobre o assunto.

 

Além disso, Tatiane compartilhou detalhes sobre seu relacionamento tumultuado com Leonardo. Ela alega que o casamento chegou ao fim devido a episódios de violência doméstica. “Meu casamento com o Leonardo acabou porque ele era muito agressivo, dava socos na parede, rasgava suas próprias roupas, gritava e queria me proibir de trabalhar ou mexer no celular”, disse Tatiane. Ela também revelou que ele a ameaçou de morte e chegou a jogar o carro em cima dela, ameaçando atropelá-la. “Eu fiquei por três meses dentro de casa após essas ameaças, com tanto medo que eu tinha de ele cumprir com o que dizia”. Meus pais foram testemunhas de tudo que passei e me apoiaram no divórcio.

 

Tatiane explicou que, quando finalmente conseguiu uma chamada de vídeo com Beatriz, a menina estava aparentemente mal cuidada, com cabelos bagunçados e roupas sujas, que pareciam não ter sido trocadas por dias. “Durante a conversa, perguntei a ela se queria morar com o pai, e a menina disse que sim, mas se colocou a chorar”. A mãe percebeu que algo estava errado quando perguntou se o pai estava ao lado de Beatriz, e a menina confirmou com um gesto de cabeça que sim.

 

Fabrícia Cascales, amiga de Tatiane, revelou que as perseguições à mãe de Beatriz durante o período de litigio eram frequentes”. A Tati não gosta muito de comentar, mas ela vivia um relacionamento agressivo, por vezes ela tentou separar e não conseguiu. Quando finalmente ela conseguiu a separação, saiu de casa somente com a roupa do corpo e sua filha nos braços. Ela tinha direito a várias coisas que adquiriram juntos e não pegou. Após a separação, Leonardo induziu um membro da família dele a agir como um ‘informante’, e eles vigiavam onde ela ia, sabiam que roupa estava usando, que horas ia na escola e que horas saía”.

 

Tatiane acredita que as ações de Leonardo, como a matrícula de Beatriz na escola particular sem sua autorização, estavam premeditadas para afetar a guarda, sem pensar no bem-estar da criança. “O meu maior medo são as consequências psicológicas que tudo isso pode estar causando em minha filha”, disse Tatiane.

 

Esta entrevista exclusiva lança luz sobre um drama familiar angustiante e levanta questões cruciais sobre os direitos das crianças em situações de guarda compartilhada e sobre a necessidade de um sistema legal eficiente para abordar casos de abuso emocional e psicológico. A história de Tatiane e Beatriz sublinha a importância de proteger o bem-estar das crianças em meio a disputas familiares complexas e ressalta a necessidade de uma ação adequada das autoridades para garantir o melhor interesse da criança.

 

O JSP entrou em contato com a delegacia de polícia e conselho tutelar de Sarutaiá, onde obtivemos apenas a informação de que todo o procedimento se encontra em segredo de justiça devido envolvimento de uma menor. Também tentamos contato com o pai Leonardo, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno.