Jornal Sudoeste Paulista

Sessão da Câmara: “Renúncia, cassação e disputas”

No último dia 9 de outubro, a Câmara de Vereadores de Fartura se reuniu para discutir diversos assuntos de relevância para a comunidade local. A sessão, que originalmente estava marcada para o dia 2 de outubro, teve de ser adiada devido a um pedido de suspensão de última hora feito pela vereadora Nathalia Geraldo. Isso ocorreu devido a uma nova denúncia de violência contra o então vereador Fernando Pitukinha, que acabou renunciando ao seu mandato no dia 10 de outubro.

No dia da sessão da câmara, ainda não se tinha conhecimento da renúncia do vereador, que enfrenta denúncias de violência doméstica e ameaças com arma de fogo. Pitukinha, foi alvo de um pedido de cassação no passado, o qual não obteve sucesso, gerando polêmica na época. Agora, sua renúncia levanta questionamentos sobre seus direitos políticos e a possibilidade de concorrer novamente em eleições futuras.

Nathalia Geraldo e a suspensão da sessão

Nathalia Geraldo esclareceu o pedido de suspensão da sessão no dia 2 de outubro, explicando que ao chegar à câmara, encontrou Fernando Pitukinha presente, apesar de ter sido orientado a não comparecer. Diante disso, ela solicitou que todos os vereadores pedissem a saída do mesmo, que ainda assim, permaneceu na câmara por cerca de uma hora e meia. Ela se viu obrigada a pedir a suspensão da sessão, pois não conseguia participar com o agressor presente. Emocionada, Nathalia enfatizou a importância de que o pedido de suspensão fosse assinado por todos os vereadores para evitar qualquer tentativa de interferência por parte do seu ex-companheiro, nas palavras dela durante a sessão: “Vocês notaram o meu estado, e meu pai está aqui para confirmar como eu me senti depois. Eu precisava que aquele oficio fosse aprovado por unanimidade, pois conheço, infelizmente, quem estava ao meu lado há algum tempo atrás, e sei que ele poderia tentar prejudicar o presidente.”

O arquivamento ilegal do pedido de cassação

O “Caso Nathalia”, que inclui a alegação de violência doméstica e ameaças com arma de fogo, foi novamente discutido durante a sessão. Os vereadores relembraram que no passado apresentaram um pedido de cassação contra o então presidente da Câmara, Fernando Pitukinha. Esse pedido foi votado em maioria desfavorável à cassação e, posteriormente, arquivado ilegalmente por ele próprio, que era o acusado na época. Agora, com sua renúncia, os vereadores acreditam que ele possa tentar concorrer novamente em eleições futuras. Alguns vereadores também criticaram a decisão dos votos desfavoráveis a cassação.

Alimentação das crianças na rede municipal

O vereador Anderson trouxe à tona uma questão preocupante em relação à alimentação das crianças na rede municipal de ensino. Ele levantou a situação em que a nutricionista do posto de saúde também está comandando provisoriamente a cozinha piloto, responsável por atender cerca de 2 mil crianças. Segundo o vereador, a administração já está prestes a receber pela terceira vez os recursos destinados a esse projeto, mas há queixas dos munícipes em relação à qualidade da alimentação nas escolas.

Requerimento sobre cadastrados no Bolsa Família gera controvérsia

O vereador Bruno Guazelli, durante a sessão, expressou sua frustração em relação a um requerimento que apresentou para apurar o número de munícipes cadastrados no programa Bolsa Família. Segundo o vereador, a resposta deveria ter sido entregue a ele, mas acabou nas mãos do Presidente da Câmara, João Alexandre Buranello. Outros vereadores, como Henrique Abuchain e Nathalia Geraldo, votaram contra o requerimento e tentaram contradizer Bruno, alegando que o documento tinha sido entregue. No entanto, uma análise do advogado da câmara, Fernando Torresi, esclareceu a situação, evidenciando a falta de cooperação entre os vereadores.

Esses eventos marcantes na sessão da Câmara de Vereadores evidenciam a complexa dinâmica política e a necessidade de enfrentar questões delicadas e relevantes para a comunidade local. A renúncia de Fernando Pitukinha e as polêmicas em torno de requisições de informações e denúncias antigas continuam a ser assuntos de grande interesse público e discussão entre os legisladores municipais.