Jornal Sudoeste Paulista

Vereador Anderson denuncia falta de diálogo na Audiência Pública de Fartura

Na quarta-feira, 27, o vereador Anderson Luiz Cassiano de Lima teve a oportunidade de participar de uma Audiência Pública promovida pela Prefeitura de Fartura, com o intuito de discutir a venda de terrenos do município para a iniciativa privada. No entanto, segundo ele, o que deveria ser um espaço de diálogo construtivo, levantou questões sérias sobre a transparência e a disposição da administração em ouvir a opinião da população.

O vereador ouviu atentamente os argumentos apresentados, mas não ficou convencido. Em seu relato, ele destacou a importância do diálogo como uma ferramenta construtiva e apontou para a necessidade de saber ouvir e apresentar pontos de vista. No entanto, ele observou uma grande restrição por parte da administração em relação às opiniões divergentes, chegando até mesmo a classificar algumas delas como “fake news”.

Anderson questionou a alegada abertura ao diálogo da administração, afirmando que a manifestação “unânime” na audiência ocorreu porque a maioria dos presentes eram pessoas selecionadas e convidadas pelo prefeito, muitas delas ocupantes de cargos comissionados. Ele ressaltou que a venda dos terrenos, supostamente destinados à construção do Parque Linear, carece de informações precisas, incluindo o valor estimado da obra, que nem mesmo a arquiteta (Mércia) da Prefeitura soube fornecer.

Além disso, o vereador questionou a alegação de geração de empregos como justificativa para a venda dos terrenos, argumentando que o município poderia promover a geração de empregos revitalizando o Distrito Industrial, que atualmente é classificado como área de comércio e serviço, e ressaltou: “vale lembrar que neste mandato a Prefeitura alugou diversos prédios, como, por exemplo, onde hoje funciona a Farmácia Municipal, não seria mais fácil colocar a farmácia no prédio do Banespinha e parar de pagar aluguel?”

Ele também expressou ceticismo em relação ao cronograma de entrega do projeto e à justificativa de planejamento em longo prazo da Prefeitura, enfatizando que a venda do patrimônio público para um projeto de longo prazo, que pode não ser concluído durante o atual mandato, parece ser uma estratégia eleitoreira. “E isso se torna ainda mais evidente quando se constata que eles levaram dois anos inteiros para apenas mostrar o levantamento da planilha de lotes, imagina quanto tempo levará para a conclusão do mesmo?”.

Para concluir, o vereador questionou por que a Prefeitura ainda não investiu em um terreno para o lixão, que tem uma vida útil estimada de apenas um ano, tendo em vista à alegação do prefeito de o que o foco é a realização de projetos em longo prazo. Ele argumentou que a administração deveria priorizar as necessidades básicas que não estão sendo atendidas em detrimento de discutir temas complexos que a população mal compreende. A venda do patrimônio público sem considerar a opinião da maioria foi comparada pelo vereador a “gastar a herança de um pai em benefício de um filho inconsequente”.