Jornal Sudoeste Paulista

Catadores de lixo pedem conscientização e multas para descarte irregular

Fartura está enfrentando uma crise ambiental preocupante devido ao descarte inadequado de resíduos sólidos. A situação ganhou destaque após um vídeo chocante postado por Vanessa Domingues, da cooperativa de catadores locais, viralizar nas redes sociais nos últimos dias.

O vídeo mostrava um carneiro morto misturado ao lixo reciclável, ressaltando a necessidade urgente de conscientização da população sobre a separação correta de resíduos. Vanessa Domingues, que atua como catadora há mais de 15 anos, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Sudoeste Paulista, na qual abordou a situação crítica enfrentada pela cooperativa e suas tentativas de resolver o problema.

Segundo ela, a cooperativa está atualmente sobrecarregada devido a uma campanha de educação ambiental que mobiliza visitas casa a casa. “Estamos com um acúmulo de serviço, e estamos até trabalhando aos sábados para tentar compensar. Infelizmente, estamos enfrentando falta de mão-de-obra devido à falta de conscientização da população. A situação está crítica, e muitos cidadãos não estão separando corretamente seu lixo, o que nos prejudica bastante.”

Vanessa também destacou os esforços contínuos da cooperativa em relação à conscientização ambiental, incluindo a colaboração da Prefeitura na distribuição de panfletos e na divulgação. No entanto, a falta de envolvimento dos vereadores locais na questão foi evidenciada como um obstáculo significativo.

Apenas um número limitado de vereadores visitou a cooperativa nos últimos dois anos, e Vanessa acredita que uma maior presença e apoio político são essenciais para resolver o problema. Uma sugestão apresentada por um dos catadores foi à possibilidade de implantar a cobrança de multas para aqueles que não colaborarem com a separação adequada de lixo.

A cooperativa, que existe há nove anos, tem feito um trabalho árduo para educar a população por conta própria, mas a resistência persistente de uma minoria está dificultando o progresso. Por isso, além das ações diretas, Vanessa mencionou que programas de educação ambiental nas escolas com a educadora Fernanda, colaboradora da cooperativa, têm sido implementados, visando ensinar desde crianças até adolescentes sobre a importância da separação de resíduos.

No entanto, a situação atual levanta a questão se medidas mais rigorosas, como multas, são necessárias para forçar uma mudança de comportamento. A situação em Fartura destaca a urgência de uma ação conjunta entre a comunidade, os órgãos municipais e os vereadores para enfrentar o problema do descarte inadequado de resíduos sólidos e garantir um futuro mais sustentável para a cidade.

Vanessa concluiu com um apelo à população de Fartura, ressaltando a necessidade de repensar o futuro ambiental da cidade. “O lixão da cidade está com uma vida útil de no máximo um ano, e precisamos urgentemente conscientizar as pessoas. Não podemos simplesmente jogar nosso lixo fora, pois não existe ‘fora’. Todos somos moradores da mesma casa, o planeta Terra, e precisamos cuidar dela”, enfatizou.