A Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores de Fartura, recebeu sua Dedicação do Templo e Altar, a celebração eucarística foi presidida pelo bispo diocesano de Ourinhos, Dom Eduardo Vieira dos Santos e concelebrada por diversos padres religiosos e diocesanos.
Numa belíssima celebração litúrgica, realizada na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, na noite da última sexta-feira, 13 de janeiro, onde estiveram presentes sacerdotes religiosos e diocesanos, juntamente com a assembleia paroquial e demais convidados de outras paróquias, se reuniram com o Pastor Diocesano de Ourinhos, Dom Eduardo Vieira dos Santos para a riquíssima celebração de Dedicação do Templo e Altar da Igreja Matriz da cidade de Fartura.
Durante a Procissão de Entrada, representantes das Pastorais, Movimentos e Capelas trouxeram seus estandartes apresentando aos presentes o trabalho realizado no município de Fartura. O templo católico foi Dedicado e o Altar Consagrado, fases finais, as quais marcam o término de uma igreja. A celebração rica em simbologias e rituais foi acompanhada por um significativa parcela de seus paroquianos, visitantes que juntos formaram a grande assembleia do povo de Deus reunido para solenemente festejar a data tão importante para a paróquia Nossa Senhora das Dores, cidade de Fartura e Diocese de Ourinhos.
O Rito da Dedicação, conforme prescreve o Pontifical Romano, é rico de símbolos e gestos. Após a saudação inicial, Dom Eduardo abençoou a água e, em sinal de penitência e em lembrança do Batismo aspergiu a assembleia reunida, as paredes da igreja e purificou o Altar. Após a Liturgia da Palavra, Homilia e Profissão de Fé, fez-se a Prece de Dedicação e a Unção, onde se cantou por toda a assembleia a Ladainha de Todos os Santos. Foram também introduzidas no Altar, as sagradas relíquias de alguns Santos, entre eles: São José Maria Tomasi (Santo Teatino), Santo Antônio de Santana Galvão (primeiro Santo Brasileiro), Papa João Paulo II, Beato Basílio Moreau (Fundador da Congregação da Santa Cruz).
Em seguida, o presidente da celebração fez a Oração de Dedicação da Igreja e do Altar onde manifesta-se o desejo de dedicar o Templo a Deus para sempre. Depois fez-se a Unção do Altar e das doze colunas da igreja com o óleo do Santo Crisma. Realizada a unção, Dom Eduardo queimou o incenso sobre o altar em sinal de elevação das orações e preces a Deus, e o houve o momento em que a assembleia e paredes da igreja foram incensados e, em outro gesto bonito, se ascenderam as velas nas colunas e do Altar e prosseguiu com Liturgia Eucarística, Comunhão e Ritos Finais. Após a belíssima celebração, houve o jantar de confraternização oferecido aos presentes.
O que é a dedicação de uma Igreja
A Igreja Católica Apostólica Romana possui, através da dimensão litúrgica, uma diversidade de ritos que caracterizam a realidade sagrada do ato realizado. Digo isto para evidenciar o nosso costume de pedir a bênção aos objetos de uso devocional, as imagens, terços, medalhas, mas não é só isso, temos também a benção de pessoas, de lugares, de objetos destinados a celebração. Desejamos sempre envolver aquilo pelo qual nos relacionamos ou utilizamos na prática da fé, com a presença de Deus.
O que vem a ser este ritual de dedicação da Igreja e de Altar?
Primeiramente gostaria de destacar que, desde o lançamento da pedra fundamental ou o início da construção de uma Igreja, já é previsto a realização de um rito. Outra possibilidade é também realizar a dedicação de uma igreja onde já se costuma celebrar os sagrados mistérios, principalmente quando há reformas que atinjam o altar, a mesa da palavra, a capela do santíssimo.
Cristo, o grande templo
“Pela sua morte e ressurreição, Cristo tornou-se o verdadeiro e perfeito templo da nova aliança e congregou o povo que Deus tornou seu. este povo santo, reunido na unidade que procede do Pai e do Filho e do Espírito santo, é a igreja, o templo de Deus edificado de pedras vivas, no qual o Pai é adorado em espírito e verdade. Com razão, pois, desde os tempos antigos, se chamou também igreja ao edifício onde a comunidade cristã se reúne para ouvir a Palavra de Deus, orar em conjunto, receber os sacramentos, celebrar a eucaristia”. (Ritual de dedicação de uma igreja, n.1)
O Ministro que preside os ritos da dedicação é o bispo diocesano. Quando este não pode se fazer presente, pode delegar a outro bispo, e somente em casos extremos autorizar um presbítero para presidir o rito. Há, no missal romano, os textos próprios para as orações e nos lecionário, as leituras a serem proferidas no dia da dedicação.
O rito é composto da entrada na Igreja, (que pode ser simples, solene ou ainda com uma pequena procissão saindo de um outro lugar), da aspersão da assembleia e das paredes da Igreja, liturgia da palavra com três leituras, homilia, profissão de fé, não há preces, mas a recitação da ladainha dos santos.
Percorrido estes primeiros momentos, temos o ponto alto que é composto pela prece de dedicação, isto é, uma oração em que se afirma o propósito de dedicar para sempre a igreja ao Senhor e em que se implora sua benção, seguida pelo rito de unção com o óleo do Santo Crisma, que é derramado no altar e nas paredes da igreja. “Em virtude da unção, o altar torna-se símbolo de Cristo, que é o ‘Ungido’ por excelência.
A unção da igreja significa que ela está dedicada toda inteira e para sempre ao culto cristão. São doze as unções, confirme a tradição litúrgica ou quatro, para significar que a igreja é a imagem de Jerusalém, a cidade santa”. Em seguida, ocorre a incensação, ou seja, o incenso é queimado sobre o altar; o revestimento, onde se recebe e coloca a toalha no altar; e a iluminação do altar, seguida pela iluminação da igreja (acende-se as velas), lembrando que Cristo é a “luz para a revelação dos povos”.
Cumpridos esses ritos, a celebração eucarística prossegue com a apresentação das oferendas, a recitação de um prefácio próprio para a missa de dedicação, a oração eucarística fica a escolha do presidente da celebração. O dia da dedicação passa a ser um dia especial para a vida da comunidade eclesial e poderá e deverá ser relembrando e celebrado anualmente no grau de solenidade.
Que cada rito litúrgico possa ser celebrado com sentido, espiritualidade, profundidade, sem pressas, sem tensão, de modo, que a graça santificante decorrente da força do Espírito Santo, nos ajude a contemplar a presença divina, no templo físico e no templo vivo que somos cada um de nós.