
por Tisa Moraes24/03/2021 – 05h00
O Sindicato do Comércio Varejista de Bauru e Região (Sincomércio) deve lançar uma campanha para orientar os empresários a reabrirem seus estabelecimentos a partir desta quinta-feira (25), mesmo com o Estado submetido à fase emergencial do Plano São Paulo. Denominado “Reage São Paulo”, o projeto também pretende garantir retaguarda jurídica, diante de eventuais fiscalizações, para as atividades de comerciantes que não encontram mais saídas para a manutenção dos seus negócios, prejudicados pela pandemia.
Segundo o presidente da entidade, Walace Sampaio, a partir de um “trabalho de formiguinha”, o sindicato deverá contatar todos os lojistas associados, recomendando a reabertura somente para aqueles que estão à beira de fechar o estabelecimento. Ainda de acordo com ele, trata-se de um movimento de resistência pacífica, inspirado em filósofos como Immanuel Kant e em ativistas como Martin Luther King.
“Queremos deixar a mensagem: não desista, resista, chame sua família, amigos e funcionários que querem participar deste movimento e abra sua loja. Se a fiscalização vier, o comerciante deve argumentar que tem o direito constitucional e sagrado ao trabalho e que a loja não vai ser fechada. Se a Polícia Militar estiver junto e ameaçar prender, estenda os punhos para serem algemados. Ninguém vai prender empresário e levar para a delegacia por estar trabalhando”,
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Em entrevista ao JC nesta terça (23), Sampaio não garantiu que a campanha irá, de fato, ocorrer, mas disse já estar planejando, inclusive, uma carreata amanhã para dar início a ao movimento e para reivindicar a abertura definitiva do Hospital das Clínicas (HC) de Bauru. A previsão inicial é de que a manifestação comece às 9h, em frente à sede do Sincomércio, com a disposição de uma faixa de oito metros de altura por seis de largura com a imagem do personagem Pinóquio e a frase “HC Bauru já”.
“É um protesto sobre a promessa não cumprida do governador de abrir o hospital. A faixa será colocada na base de concreto onde fica a caixa d’água do sindicato e só será retirada quando o HC estiver funcionando em definitivo. Além do nosso interesse em relação à saúde da população, a ampliação de leitos permitirá que Bauru saia da fase vermelha do Plano São Paulo (quando for encerrada a fase emergencial)”, observa.
AUTUAÇÕES
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Em relação ao “Reage São Paulo”, o presidente do Sincomércio reforça que os empresários que decidirem pela reabertura devem adotar uma conduta de diálogo – e não de embate – e que o sindicato oferecerá assistência jurídica gratuita caso os estabelecimentos sejam multados. Segundo o presidente, a entidade providenciará os recursos em âmbito administrativo e também a propositura de possíveis ações judiciais para questionar estas autuações.
“Nenhuma destas multas irá subsistir no Judiciário, porque elas são totalmente ilegais. O Judiciário é lento por natureza e, lá na frente, quando estivermos em condições normais, nós iremos revertê-las”, argumenta.
Ele afirma, ainda, que irá divulgar novamente o “checklist” elaborado pelo Sincomércio (veja ao lado) para que os estabelecimentos continuem seguindo protocolos sanitários, porém, diz que caberá a cada comerciante decidir se irá receber ou não o público dentro da loja. “O drama que as empresas estão vivendo é muito grande. Em um ano de pandemia, o comércio ficou 150 dias totalmente fechado. Se fechar o comércio fosse solução, não existiria mais Covid em Bauru”, avalia.